Durante três dias – de 18 a 20 de setembro- , educadores, investigadores, estudantes e organizações de vários pontos do globo reuniram-se em Kuala Lumpur para a 2ª Conferência Internacional Eco-Campus 2025 (ECIC 2025), sob o mote “Transformar o Ensino Superior para a Ação Climática: Uma Abordagem Sistémica”.
Note-se que a 1ª Conferência Internacional FEE EcoCampus ocorreu em Lisboa em abril de 2024 numa organização conjunta da ABAAE, Politecnico de Lisboa e FEE
Este encontro que decorreu na Malásia com participações diversas incluíndo investigadores e estudantes do ensino superior, colocou em evidência o papel fundamental das universidades e politécnicos na resposta à crise climática, discutindo caminhos para integrar a sustentabilidade no ensino superior, fomentar os empregos verdes e fortalecer a Educação para o Desenvolvimento Sustentável (EDS).

Keynote Speakers e debates inspiradores

A abertura e as sessões plenárias contaram com keynote speakers de renome internacional, que trouxeram visões complementares sobre o papel do ensino superior na transição climática. Entre os oradores, destacaram-se:

• Pramod K. Sharma, da Green Education Partnership, que sublinhou a importância das alianças globais para acelerar a ação climática.
• Jan Eriksen, presidente da Foundation for Environmental Education (FEE), que reforçou o contributo das universidades na criação de comunidades mais resilientes.
• María Neira, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que evidenciou a ligação entre saúde pública e sustentabilidade nos campi.

Estas intervenções enquadraram os debates que se seguiram, reforçando a ideia de que as instituições de ensino superior são, ao mesmo tempo, motor de mudança sistémica e ponte entre diferentes setores e níveis de ensino.

Um mosaico de experiências

As primeiras sessões revelaram a riqueza de práticas em áreas como a energia renovável, a biodiversidade e a economia circular. Da criação de currículos mais verdes à implementação de programas de monitorização ambiental, passando pelo envolvimento dos estudantes em projetos inovadores, os participantes mostraram que o ensino superior está já a assumir responsabilidades diretas na transição climática.
“As universidades não são apenas espaços de aprendizagem, são laboratórios vivos de mudança social e ambiental. É nelas que podemos testar e expandir soluções que o mundo precisa com urgência,” destacou o professor Kadir Gürbüz, da Artvin Çoruh University, Turquia.

Portugal em destaque com a ABAAE

O 3.º dia ficou marcado pela sessão paralela “Iniciativas de Campus Sustentável”, presidida por Margarida Gomes, da Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE). Portugal esteve em evidência com a apresentação do Programa EcoCampus da FEE em Portugal, uma iniciativa que mobiliza estudantes e instituições de ensino superior em práticas concretas de sustentabilidade.
“O Programa EcoCampus em Portugal mostra que a mudança começa no envolvimento diário dos estudantes. Ao dar-lhes espaço para liderarem iniciativas, criamos comunidades académicas mais resilientes e preparadas para os desafios do futuro,” sublinhou Margarida Gomes, da ABAAE.

Conclusões da ECIC 2025

O encontro terminou com uma forte convergência em torno da necessidade de uma abordagem sistémica (Whole-System Approach), traduzida em várias dimensões interligadas: governação, pedagogia, liderança estudantil, formação de professores, percursos vocacionais, parcerias com a indústria, estágios, envolvimento em políticas públicas, operações de campus, investigação aplicada, valores e adaptação ao contexto.

Entre as principais conclusões da ECIC 2025 destacaram-se:

• A renovada ênfase na formação de professores e desenvolvimento profissional contínuo, como condição para generalizar a Educação para o Desenvolvimento Sustentável em todos os níveis de ensino.
• O forte reconhecimento do papel da liderança estudantil, considerada central para encontrar soluções climáticas.
• A demonstração de como parcerias locais e inovações comunitárias podem escalar para impactos globais.

“A ação climática precisa de alianças internacionais. Cada campus sustentável é um passo para transformar sociedades inteiras,” afirmou Pramod K. Sharma, no encerramento.

Algumas imagens da Conferência:

Reunião Internacional dos Coordenadores dos Programas Educativos da FEE

De 15 a 18 de setembro de 2025, realizou-se em Kuala Lumpur, na Malásia, o National Operators Meeting (NOM), encontro anual que reúne os representantes das organizações nacionais responsáveis pela coordenação dos Programas Educativos: Eco-Escolas, Jovens Repórteres para o Ambiente e LEAF, em cada país. O evento, que contou com a participação 88 participantes de 43 países, teve como foco a partilha de boas práticas, a discussão de estratégias conjuntas e o reforço da colaboração entre países para acelerar a implementação da Agenda 2030 e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). As sessões tinham a participação da equipa da FEE. de especialistas convidados e de Operadores Nacionais das redes FEE.

O evento centrou-se em temas como greening education, qualidade educativa, equidade, ação climática, biodiversidade e colaboração entre redes nacionais e internacionais.
Ao longo de quatro dias intensivos, os participantes tiveram acesso a sessões plenárias, workshops temáticos e painéis de debate.

Alguns dos principais pontos debatidos incluíram:

• A necessidade de assegurar equidade no acesso à educação de qualidade  para que escolas em contextos mais desfavorecidos tenham os mesmos recursos, apoio e capacidade de mobilizar projetos ambientais do que escolas em zonas mais favorecidas.
• Educação de qualidade e inclusiva, com destaque para metodologias inovadoras que integram os ODS nos currículos escolares;
• A adoção de abordagens práticas (hands-on), aprendizagem baseada em projetos, envolvimento comunitário e participação ativa dos jovens, para aumentar o compromisso e o impacto dos alunos.
• Ação climática e biodiversidade, analisando projetos comunitários de conservação e soluções locais de mitigação;
• Economia circular e gestão de resíduos, através da partilha de programas que mobilizam escolas e comunidades para reduzir o impacto ambiental;
• A urgência de colaboração internacional e intercâmbio de boas práticas, com redes internacionais ajudando a amplificar inovações pedagógicas, partilhar recursos, formação de professores, e fomentar solidariedade educativa.

Portugal apresenta boas práticas em dois paineis

Portugal esteve representado pela ABAAE n pessoa de  Margarida Gomes que realizou duas intervenções:

• No painel “Quality Education”, foi apresentada a experiência nacional de integração dos ODS nas Eco-Escolas e a valorização das metodologias hands-on, que estimulam a aprendizagem ativa e participativa.

• No painel “Collaboration”, Portugal partilhou exemplos da colaboração no âmbito do Programa Jovens Repórteres para o Ambiente,  sublinhando a importância da cooperação virtual, mas principalmente presencial, para desenvolver e fortalecer competências em educação para a sustentabilidade.

Alguns momentos do NOM 2025:

Nota: fotografias 1 a 7 da autoria de Michael John O’Mahony

­A Plataforma ODSlocal lança uma chamada especial para projetos de Educação Ambiental, desenvolvidos em instituições educativas que integram crianças e jovens até ao 12º ano de escolaridade. 

Na 5ª edição de Prémios dedicados a Projetos Locais em prol da sustentabilidade, a Plataforma ODSlocal colabora com a ASPEA e a ABAAE para dar um especial destaque a projetos de Educação Ambiental na Conferência ODSlocal 2025 que se realizará no Cadaval no dia 21 de Novembro. 

Serão valorizados os projetos mapeados no Portal ODSlocal que tenham um impacto relevante na concretização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) à escala local, que sejam inspiradores, envolvam a comunidade educativa e possuam um elevado potencial de replicabilidade.

Para além do relevante papel de reconhecimento, notoriedade e divulgação, às iniciativas distinguidas do Prémio ODSlocal na categoria Projetos Locais de Educação Ambiental, serão atribuídos troféus e prémios monetários entre €500 e €1500.

As inscrições realizam-se através de um formulário e estão abertas até ao dia 5 de outubro.

As candidaturas para a edição 2026 do Programa Green Key decorrem de 8 de outubro de 2025 a 31 de janeiro de 2026. As unidades/estabelecimentos devem submeter as suas candidaturas através da plataforma.

O Programa Green Key é um galardão internacional que promove o Turismo Sustentável em Portugal através do reconhecimento de estabelecimentos turísticos e de restauração que implementam boas práticas ambientais e sociais, que valorizam a gestão ambiental nos seus estabelecimentos e que promovem a Educação Ambiental para a Sustentabilidade. 

Os critérios Green Key abrangem áreas como gestão ambiental, envolvimento de colaboradores e clientes, utilização eficiente de água e energia, gestão de resíduos, responsabilidade social e apoio à biodiversidade. Estes requisitos são atualizados regularmente para assegurar que as unidades galardoadas mantêm elevados padrões de sustentabilidade.

Os critérios estão classificados em:

(O) Critérios Obrigatórios – devem ser cumpridos na íntegra no momento da candidatura;

(G) Critérios Guia – podem ser considerados como futuras recomendações para ações a desenvolver numa lógica de melhoria contínua do desempenho ambiental.

Novidades e informações adicionais serão publicadas brevemente no site Green Key.

Todos os anos, no terceiro sábado de Setembro, celebra-se o Dia Internacional de Limpeza Costeira. Em 2025, no âmbito desta iniciativa o Programa Bandeira Azul organiza sete limpezas de praia.

Entre 20 e 28 de setembro, celebra-se o Dia Internacional de Limpeza Costeira. Em parceria com a Fundação Oceano Azul e com o apoio da Comissão Europeia, este é um evento global que promove ações locais de limpeza em praias, zonas costeiras, rios, lagos e outros ecossistemas naturais.

Para assinalar a data, o Programa Bandeira Azul volta a juntar-se à iniciativa da Fundação Oceano Azul,  realizando Limpezas de Praias ao longo da semana. Estas iniciativas são uma oportunidade para sensibilizar comunidades para a importância de proteger o oceano e reduzir o lixo marinho.

O lema continua a ser: “O oceano é global, a ação é local.”

Locais e datas das ações:

20/09 – Fonte da Telha – Grão d’Areia – ação com Siemens

20/09 – São João da Caparica – Leblon – ação com CA Vida

20/09 – Dafundo – ação com Containers

26/09 – Dafundo – ação com Critical Teckworks

26/09 – Vila Nova de Gaia – Aguda – ação com Critical Teckworks

26/09 – Braga – Ofir – ação com Critical Teckworks

27/09 – Vila Nova de Gaia – Lavadores – Rotaract Club Universidade do Porto

Com o regresso às aulas abre-se um novo capítulo para o Programa Jovens Repórteres para o Ambiente (JRA).
Este é o espaço certo para quem quer investigar, comunicar e participar ativamente na construção de um futuro mais sustentável.

As inscrições para o novo ano letivo 2025/2026 já estão abertas na Plataforma JRA!
Participar significa aprender, mas também agir — porque cada voz conta na defesa do ambiente. Este é o início de uma viagem onde o jornalismo encontra a sustentabilidade.

Prontos para começar?

As inscrições para o Programa Eco-Escolas e para o Programa FEE EcoCampus encontram-se abertas a partir de hoje, dia 15 de setembro!

As inscrições devem ser efetuadas na Plataforma Eco-Escolas (para escolas de ensino básico e secundário) ou na Plataforma EcoCampus (para instituições de ensino superior). Recomenda-se que a inscrição seja feita o mais cedo possível, de forma a maximizar a participação nos desafios e atividades e a facilitar o cumprimento da metodologia dos 7 passos Eco-Escolas.

Junte-se ao movimento e contribua para uma comunidade escolar mais sustentável!

A Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE) apresenta sentidas condolências a todas as vítimas e familiares dos incêndios que assolam o nosso país.

Estamos profundamente solidários e prestamos sincera homenagem a todas as pessoas que, de alguma forma, são atingidas por esta devastação, bem como a todos os que se dedicam incansavelmente ao combate às chamas, bombeiros, proteção civil, forças de segurança e civis.

Na ABAAE temos o privilégio de trabalhar com entidades de todo o país e não queremos deixar de transmitir o nosso especial apoio a todos os nossos parceiros — Escolas, Praias, Autarquias e Estabelecimentos Turísticos — inseridos em áreas diretamente afetadas pelos incêndios.

Face às previsões do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) para os próximos dias, que apontam para a continuação de tempo quente e seco em todo o país, recordamos as Medidas Preventivas atualmente em vigor, conforme orientações da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil:

• É proibido fazer queimada extensiva sem autorização. Informe-se na sua câmara municipal ou através do 808 200 520.
• Nos dias de risco Muito Elevado e Máximo, é proibido fazer queima de amontoados sem autorização ou comunicação prévia.
• Nos dias de risco Muito Elevado e Máximo, é proibido utilizar fogo para confeção de alimentos em todo o espaço rural, salvo se fora das zonas críticas e em locais autorizados.
• É proibido fumigar ou desinfestar em apiários, exceto se os fumigadores tiverem dispositivos de retenção de faúlhas.
• É proibido usar motorroçadoras, corta-matos e destroçadores; evite o uso de grades de discos.
• Não atire beatas para o chão.
• Perante qualquer situação de risco, contacte 112.

Sites uteis:

• pt
• ICNF
• Prociv
• ipma

A ABAAE apela à adoção de comportamentos responsáveis e à prevenção ativa por parte de todos, reforçando que cada atitude conta para evitar novas tragédias.

Fonte: Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil

A Associação Bandeira Azul de Ambiente e Educação (ABAAE) marcou presença no VIII Congresso de Educação Ambiental dos Países e Comunidades de Língua Portuguesa, integrando a Comissão Portuguesa que participou no encontro realizado em Manaus, Brasil, entre os dias 21 e 25 de julho de 2025,  cujos principais objetivos foram fortalecer redes de cooperação em educação ambiental, partilhar boas práticas e promover o diálogo entre instituições, investigadores, educadores e agentes comunitários dos diferentes territórios de língua portuguesa.
Durante o evento, foram debatidos temas cruciais como as mudanças climáticas, justiça ambiental, participação cidadã e a articulação entre saberes locais e científicos.

Reunindo mais de 1600 participantes de dez países, o evento contou com a presença da ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, além de representantes do Ambiente dos países integrantes da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), nomeadamente Portugal, Brasil, Cabo Verde, São Tomé e Princípe, Guiné Bissau, Angola, Moçambique, Timor e ainda a Comunidade da Galiza e pela primeira vez, a Guiné Equatorial.

A ABAAE apresentou  os seus Programas  Eco-Escolas, EcoCampus e Jovens Repórteres para o Ambiente, e ainda alguns projetos como “O Mar Começa Aqui”, “Recreios com Vida”, “A Biodiversidade na Minha Escola”, “Hortas BIO” ou “Brigada #MarVivo” destacando o impacto das suas ações em escolas, municípios e comunidades. Participou ainda no Curso de Educação Ambiental ministrado pela Agência Portuguesa do Ambiente, tendo sido responsável pelo módulo de avaliação.
A participação da ABAAE reforçou o compromisso com a colaboração internacional e com a construção de uma educação ambiental crítica, transformadora e centrada na ação.

O Congresso terminou com a aprovação da Carta de Manaus – Grito da Amazônia por todos os povos do mundo, um documento coletivo, lido pela ativista indígena e porta-voz da Rede Sustentabilidade, Vanda Witoto, na qual os participantes reafirmaram a importância da educação ambiental como ferramenta essencial para enfrentar os desafios socioambientais nos países lusófonos. A Carta reafirma a educação ambiental como um “imperativo ético e civilizatório” e propõe ações concretas para os integrantes da CPLP face ao impacto da crise climática. Destacam-se como aspetos principais deste documento:

• O Reconhecimento da Educação Ambiental como ação estratégica frente à emergência climática, justiça socioambiental, direitos da natureza e transição ecológica justa. É um imperativo civilizatório.

• A Inclusão da Educação Ambiental nos acordos climáticos globais, como o Acordo de Paris e a COP 30, com pedido para que os ministros do Ambiente da CPLP defendam essa medida.

• O Protagonismo das juventudes, garantindo escuta ativa, participação política e formação contínua. Foi, inclusive, elaborada a Carta das Juventudes Lusófonas pelo Meio Ambiente e Justiça Climática.

• A Valorização das redes e centros de educação ambiental como pilares para implementação de políticas, conectando vida cotidiana, sistema educativo e sociedade civil

• O Financiamento lento, descentralizado e justo como condição essencial: sem orçamento sustentável, não há Educação Ambiental efetiva. Propõem-se fundos públicos acessíveis e cooperação técnica financeira na CPLP.

• A ação poética “Fios do Amanhã”, um bordado colaborativo que se tornou símbolo da vivência coletiva e afetiva do congresso.

Síntese dos Projetos ABAAE apresentados no Congresso

Teve lugar, no passado dia 9 de julho, a Cerimónia Regional de Entrega do Galardão Green Key na Ilha da Madeira.

Este ano, a Região Autónoma da Madeira obteve 78 candidaturas aprovadas pelo júri nacional do programa Green Key. Foram mais 11 candidaturas aprovadas em relação ao ano anterior, demonstrando uma crescente consciência ambiental do sector hoteleiro madeirense, sendo a ilha da Madeira uma referência internacional no turismo sustentável.

A atribuição do galardão Green Key representa o cumprimento de um conjunto de requisitos ambientais de alto padrão, que reconhece o turismo sustentável.

A cerimónia de entrega dos galardões na Região Autónoma da Madeira foi organizada pela Direção Regional do Ambiente e Mar – Divisão de Educação e Cidadania Ambiental, tendo-se realizado no dia 9 de julho pelas 16 horas, no Sentido GaloMar Hotel, Grupo este que se disponibilizou para acolher a realização desta cerimónia. O evento contou com a presença do Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, do Secretário Regional de Turismo, Ambiente e Cultura, Eduardo Jesus e com os representantes de todas as unidades hoteleiras galardoadas.

O Green Key é um selo ambiental internacional, coordenado em Portugal pela ABAAE, presente em cerca de 80 países e com uma rede que com mais de 7900 estabelecimentos.

Fique a conhecer as unidades Green Key em: https://greenkey.abaae.pt/galardoados/galardoados-2025/