Mira – Areal vulnerável terá sistema de videovigilância para monitorizar correntes, dunas e a sua ocupação
A praia de Mira – uma das mais vulneráveis à erosão e a única do pais que há 30 anos ostenta o galardão ambiental Bandeira Azul – vai servir de zona-piloto para um projeto inovador de videovigilância da orla costeira que permite reconhecer correntes perigosas, a taxa de ocupação do areal e prever a erosão das dunas.
O sistema, desenvolvido pela Universidade de Aveiro (UA) para “recolher e tratar informação sobre a morfologia das dunas e hidrodinâmica do mar, começa a ser instalado este mês e entra em funcionamento na época balnear”, explicou o professor Paulo Baptista, do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA, ontem, durante a assinatura de um protocolo entre a Universidade e a Câmara de Mira. Identificará agueiros (correntes perigosas) em tempo real e transmitirá a sua localização aos nadadores-salvadores. Também será possível calcular o número de pessoas na praia, ajudando a Câmara a gerir o espaço e serviços.
Em outubro (quando começa o inverno marítimo), deverá começar a funcionar o sistema de alarme das dunas, que permitirá prever com três dias de antecedência, a probabilidade de um temporal ou de agitação marítima capaz de provocar erosão das dunas, galgamentos e inundações de zonas interiores.
Nesta praia. “em que o bairro dos pescadores está a uma cota inferior ao mar, é muito importante, para se tomarem precauções atempadas”, sublinha Paulo Baptista.
O presidente da Câmara, Raul Almeida, e o reitor da UA, Manuel Assunção, sublinharam a importância de ligar o conhecimento científico às “necessidades da sociedade”. A academia fornece o sistema e a Autarquia suporta os custos de instalação, no valor de 5000 euros. O protocolo tem a duração de três anos, ambos esperam que a colaboração se estenda no tempo.
Fonte: Diário de Noticias 10-03-2017